Dirigente do Flamengo dispara sobre o antigo “Brasileirão” e confirma troca

A polêmica sobre a organização do próximo Campeonato Brasileiro de Basquete ganhou mais um capítulo na última segunda-feira (4). Um dos principais clubes do país, o Flamengo se posicionou a favor do torneio que será organizado pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB).

Em entrevista para o portal Máquina do Esporte, Guilherme Kroll, vice-presidente de esportes olímpicos do rubro-negro, afirmou que o Flamengo deve participar do torneio que será produzido e comercializado pela Dream Factory e promete ser o concorrente do Novo Basquete Brasil (NBB).

“O Flamengo é muito grato por tudo o que a liga fez nestes 15 anos. Mas entendemos que o negócio do basquete ficou estagnado. O Flamengo pagou o ar que respirou em todas as competições que disputou”, disse Kroll.

“O NBB tem que começar a contemplar os clubes com seus ativos financeiros. Os clubes têm que virar sócios de verdade porque esse é o conceito de liga: todo lucro ser compartilhado com os clubes. O NBB possui estrutura própria, sede, funcionários, e tudo o que aferiu era para pagar suas próprias contas”, completou.

O dirigente ainda fez questão de citar que a Dream Factory está oferecendo garantias financeiras aos clubes, além de bancar alguns custos importantes como viagens, despesas de hotel, etc.

“A Dream Factory garante um contrato de dez anos e irá bancar despesas de viagens, hotel, alimentação, todas as taxas de arbitragem, produção dos jogos e mais um investimento financeiro em que todos os clubes serão contemplados”, explicou.

“Ainda tem alguns ativos publicitários que estão sendo negociados com o nosso departamento de marketing, como placas de publicidade e espaços estratégicos na quadra de jogo”, concluiu.

LNB se posicionou

Após as declarações do dirigente do Flamengo, a LNB (Liga Nacional de Basquete) soltou uma nota oficial:

Procurada para comentar as declarações de Kroll de que não fornece dinheiro aos clubes, a LNB respondeu que banca diversas despesas e que os times é que decidem como investir a verba arrecadada com patrocínios e venda de direitos de transmissão. Leia a seguir a íntegra da nota oficial enviada pela LNB:

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Desde o primeiro NBB a Liga Nacional de Basquete sempre custeou despesas relativas à competição ou mesmo dos Clubes. Despesas com a logística dos árbitros (transporte, hospedagem e alimentação) sempre foram suportadas pela LNB. Hoje o custo de transmissão dos jogos, que é muito alto, também é inteiramente suportado pela instituição. Além destes exemplos há uma série de custos relativos à gestão dos campeonatos, serviços oferecidos aos Clubes como tecnologia, comunicação e operação dos jogos que também demandam um alto investimento e que não resultam em qualquer aporte das equipes.

Não obstante a operação do NBB e demais competições e eventos, a Liga sempre transferiu recursos aos seus associados, fossem através do pagamento das taxas de arbitragem em algumas temporadas, custeio de passagens aéreas através de convênio com o Comitê Brasileiro de Clubes ou pagamento de despesas dos Clubes inerentes à competição. Naturalmente que essa situação sofreu um revés com a pandemia, mas agora, inclusive com a adesão de novos patrocinadores, conseguiremos voltar ao nível de atendimento anterior a 2020.

O mais importante, no entanto, é que qualquer decisão de investimento dentro da LNB é de responsabilidade dos próprios Clubes que sempre decidiram os rumos da entidade. As decisões em coletividade são uma marca da associação que decide pelo voto da maioria, respeitando as opiniões adversas de realidades tão díspares, mas encontrando a sua unidade.

Neste sentido, vale destacar que o presidente Rodrigo Franco Montoro criou um Comitê de Orçamento que tem, entre outros objetivos, discutir benefícios aos clubes, em especial a desoneração de despesas relativas ao NBB. Este comitê é formado por clubes de diferentes realidades, tais como Caxias, Bauru, São José e Flamengo, além do vice-presidente da Liga, Carlos Donzelli, que é de Franca, e do vice-presidente Financeiro e ex-presidente da LNB, Delano Franco.